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A Pálpebra: Julho 2007
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A culpa, a preguiça, a pressa e o pé. E nem foi por muito tempo. Só o suficiente para que soubéssemos um do outro. É curioso que precisemos de uma fração de segundo de olho para sabermos do outro. Achava que só precisávamos de um olho inteiro. Ele, talvez por reflexo do muro de vidro, achou que meus ouvidos tinham a forma do mesmo triângulo que as suas palavras isósceles. Vai ver tinha. Disse com um sorriso no rosto, despencando olhos em todos os pedaços de constrangimento que podia. Que tipo de moral?
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A Pálpebra: Janeiro 2007
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Estou me guardando pra quando o carnaval chegar. A manchete online da Folha de S. Paulo estampava ontem em primeira página que o assassino do cinema - aquele, que matou três em um cinema de São Paulo, em 1999 - teria sua pena escandalosamente reduzida em 60 anos. Cumpriria 49, ao invés de 110. Chegando em seu ponto de ônibus habitual, espera impaciente por 23 minutos. Parece uma eternidade. Posted by Lasevitz at 17:00. O teatro esquecido de nós para nós mesmos. Acho que trato minha existência como se fos...
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A Pálpebra: Novembro 2008
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Fiquei olhando para a grande imensidão de chão cinza que me rodeava e me fazia como que ilha. Mas ilha de quê? São seis e quarenta e cinco. Aliás, quarenta e três. Tyu chegaria em quantos minutos? Vilar discorria agora sobre o olfato, o menosprezo do sentido olfativo pelo mundo ocidental, essa coisa onde se pode viver muito bem sem que se cheirem flores, mofos, manteigas, o ralo, mas que. São seis e quarenta e cinco. Aliás, quarenta e quatro. São seis e quarenta e cinco. Aliás, quarenta e seis. Sobre o q...
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A Pálpebra: Fevereiro 2007
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Sobre rock, jabotis e casacos vermelhos. Voltou depois de cinco músicas e quase esbarrou em mim indo para o bar. Olhei para ela e fiz menção de chamá-la como se fosse um absurdo não cumprimentá-la afetuosamente, como amigos ou amantes de longa data. Interrompi-me. Não a conhecia e tinha que fingir que não a conhecia. Posted by Lasevitz at 06:42. Os cacos de vidro. Enquanto eu apontava para o gorro com o dedo indicador em uma linguagem que transbordava qualquer idéia de universal. A vidraça é, de fato, a ...
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A Pálpebra: Novembro 2007
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Carta para o outro lado. Ça fait des siècles que j'attends le vent du desèrt et la pluie.". Não sei bem como foi, se foi o ar, mas acho que não porque tenho estado cheio dele nos últimos tempos e já mal posso cheirá-lo, não sei, como se eu tivesse cansado dessa coisa toda da respiração. Quando muito respiro pela boca, para enganar os transeuntes e fazer como se ainda me importasse com brisas e ventanias dentro de mim. Talvez uma buzina de carro. Berros em geral são reais. Ao menos, enquanto duram.
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A Pálpebra: Março 2007
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O Berro do Olho. Ele não hesitou em abrir os olhos durante os poucos segundos de seu primeiro beijo. Seus olhos pareciam querer olhar por entre os poros de sua amante, como se a magia daquele momento pudesse estar escondida ou perdida por debaixo dos escombros da pele humana. Agora, anos depois, ainda fazia o mesmo. Beijava-a, mas seus olhos entreabertos ainda esbarravam no labirinto dos poros humanos. Posted by Lasevitz at 03:37. E é lindo esse lugar, onde é? Co-autora: Ana Emília Cullen.
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A Pálpebra: Janeiro 2009
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Rezando, de cara a la pared, se hunde la ciudad. Hunde, como em afundar? Afundaria minha cara contra a parede se fosse possível, ou se houvesse parede e não janela, se fosse parede e não montanha mato alto casa latifúndio casa cabras montanha casa, é engraçado até, isso de olhar o mundo correr. Fugir. Foge mundo. De mim, foge! Janela, todos, nenhum existiria sem a covardia da fuga, isso de já não ser mais. Hunde, como em fundir? Hunde, como en hundir. O. O que há antes de mim? E o que haverá depois?
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A Pálpebra: Setembro 2008
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O Mainá e o chinês solitário. Na China, um senhor de classe média de uma cidade de porte também médio, ao leste do país, resolveu adquirir um Mainá, ave típica local e que, dizem, consegue imitar sons tão bem quanto papagaios. Posted by Lasevitz at 21:54. Primeira tentativa de controle do tempo. Víque através. Duro, frio e branco. Informações pessoais. A chuva ou o que se vê entre pessoas e um toldo ve. O Mainá e o chinês solitário. Carta para o outro lado.
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A Pálpebra: Outubro 2008
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A chuva ou o que se vê entre pessoas e um toldo verde. Vos no elegis la lluvia que te va a calar hasta los huesos quando salís de un concierto". E a rua enfim ficou vazia. Claro que agora são folhas molhadas. Debaixo do toldo, tem duas pessoas. O outro senhor definitivamente preferiu a padaria e os pães da padaria, e o pacote marrom papel que faz barulho de padaria. Vejo mãos se chacoalhando para os dois lados. De um lado, com uma manga branca listrada, camisa social e mãos peludas, do outro manga de...
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A Pálpebra: Dezembro 2008
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E se eu te escrevesse agora com palavras de pia? Se eu saltasse de cima da ponte galáctica de poeira cósmica, do viaduto que cruza Orion, de um lado a outro, para debaixo do teto, branco, piramidal que me esconde em dias nublados, ou azuis, ou roxeados, ou quando foge, ou se parece noite. E se eu tropeçasse ao invés de escrever? Uma passagem, por favor. A poesia torna o dia de hoje impossível. Indizível. Senhor, para onde? Não Um homem não pode se dividir assim. Indizível. Impossível. Duro, frio e branco.